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Chico Buarque, 80, ajuda a sobreviver, diz Mônica Salmaso, intérprete do compositor

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Parceira de Chico Buarque na turnê “Que Tal um Samba”, Mônica Salmaso lembrou músicas marcantes do artista em homenagem aos 80 anos do artista, comemorados nesta quarta-feira (19).

“Milhões de pessoas pensam em você, te querem bem e, como eu, são gratas porque aprenderam a sentir, foram consoladas, representadas, acolhidas, deram nomes a experiências humanas de compreensão do outro e caíram na real te ouvindo”, escreveu a cantora, uma das principais intérpretes das canções de Chico.

Mônica disse que aprendeu sobre dores fundas que não entendia completamente ao ouvir músicas como “Pedaço de Mim”, “Cálice” e “Uma Canção Desnaturada”, que fazem parte do repertório clássico do cantor e compositor.

A cantora mencionou também “Geni”, dizendo que, com a música, aprendeu sobre empatia e a tristeza da maldade humana.

“Senti que era estranho como se comportavam as mulheres de Atenas, sem gosto ou vontade (antes de eu saber o que era Atenas)”, continuou.

Mônica citou também “Todos Juntos”, canção de “Saltimbancos” que ela cantava na abertura dos shows da turnê.

“Aprendi que juntos somos fortes e que parte da cidade dormia junto comigo fazendo escala musical com os Saltimbancos”, disse.

Para ela, ouvir Chico ajuda a sobreviver em um mundo com muitas doenças de espírito.

“Você segue deste tamanho, um norte certo, lidando com a observação dessa terra redonda que já deu tantas voltas, anda de ponta cabeça, mas que ainda tem beleza (até nas humanas dores)”.

Mônica chamou o amigo de “chiquérrimo” ao desejar feliz aniversário.

Em “Que Tal um Samba”, a cantora interpretava as seis primeiras músicas do espetáculo e outras ao longo do show lado do cantor.

Antes disso, já havia gravado um álbum totalmente dedicado ao artista, “Noite de Gala, Samba na Rua” (2007), que incluiu “Beatriz”, um dos grandes sucessos da turnê.