China “não aceitará” que países façam acordos com EUA que a prejudiquem
Pequim reagiu nesta segunda-feira (21) às recentes pressões do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para que países aliados limitem o comércio com a China. Em comunicado oficial, o Ministério do Comércio chinês afirmou que não aceitará acordos internacionais que prejudiquem os interesses do país e acusou Washington de agir de forma unilateral e hegemônica.
“O Governo dos Estados Unidos tem abusado das tarifas comerciais sob a justificativa da ‘reciprocidade’ e forçado outras nações a negociarem sob pressão”, diz o comunicado. A pasta destacou que respeita os esforços de outras nações para buscar um entendimento com os EUA, mas ressaltou que essas negociações devem ocorrer com base na “equidade, justiça e respeito às normas internacionais”.
O ministério chinês criticou o que classificou como “bullying econômico” e alertou que o unilateralismo e o protecionismo podem prejudicar todos os países. “Se o comércio internacional voltar à lei da selva, em que os fortes dominam os fracos, todos sairão perdendo”, pontuou.
As declarações vêm em meio à escalada da guerra comercial entre os dois países, intensificada desde o início do mês, quando Trump anunciou tarifas de até 245% sobre produtos chineses. Em resposta, a China elevou suas tarifas sobre itens norte-americanos para até 125%. Apesar disso, Pequim afirma que segue aberta ao diálogo, desde que as conversas se deem em “respeito mútuo”.
Enquanto isso, Trump sinalizou nesta semana que pode chegar a acordos tarifários com outros parceiros comerciais dentro de “três a quatro semanas” e afirmou que sua equipe mantém conversas com representantes chineses. Segundo Pequim, há “comunicação contínua em nível técnico”, mas ainda não há previsão para um acordo.
A tensão entre as duas potências econômicas segue alimentando incertezas nos mercados globais, enquanto países aliados observam os desdobramentos para proteger seus próprios interesses em meio ao impasse comercial.