Com disparada de multas, SP terá fiscalização recorde de Lei Seca
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Com a disparada nas autuações a quem consome álcool antes de dirigir ou se recusa a fazer o teste do bafômetro, São Paulo terá fiscalização recorde em blitze contra alcoolemia neste mês. A estimativa é que ao menos 70 mil motoristas sejam abordados até o fim de maio, ou seja, uma média de 2.258 ao dia no estado.
De acordo com dados do Detran-SP (Departamento de Trânsito), o número de multas em fiscalizações no estado cresceu 150% nos quatro primeiros meses de 2025, na comparação com o mesmo período do ano passado. Ao todo, foram 8.454 autuações contra 3.391 entre janeiro e abril de 2024.
Do total de motoristas atuados nas operações de lei seca, 5.363 se recusaram a assoprar o etilômetro em 2025, contra 3.195 (68% a mais) no mesmo período anterior. O número de ações para fiscalização saltou 51%, passando de 160 para 242 blitze.
Além da alta nos flagrantes, o reforço na fiscalização ocorre por causa do Maio Amarelo -mês de conscientização sobre violência no trânsito.
Ao todo, serão 97 blitze com agentes do Detran nas cidades paulistas, contra 67 realizadas em maio do ano passado -na capital, o número saltará de seis para nove ações. A Polícia Militar também realiza operações isoladas, por isso, o número deverá ser maior.
Conforme Eduardo Gomes, superintendente do Detran no município de São Paulo, nas operações contra a mistura de álcool e direção são levados em consideração os dados do Infosiga -sistema estadual de monitoramento da letalidade no trânsito- para determinar os locais em rodovias e vias urbanas com maior incidência de sinistros e mortes.
O Maio Amarelo de 2024 teve 53.583 motoristas parados pelo Departamento de Trânsito no estado de São Paulo, sendo que 1.435 acabaram autuados -232 multas, ou 16% do total, foram no município de São Paulo.
“O motorista precisa compreender que o trânsito é um ambiente compartilhado, então, a ação de um interfere diretamente na segurança do outro”, diz Gomes.
Quem se nega a fazer o teste do bafômetro comete infração gravíssima. Recebe multa de R$ 2.934,70, sete pontos na CNH (Carteira Nacional de Habilitação)e pode sofrer processo administrativo com suspensão do direito de dirigir por 12 meses.
A punição é a mesma quando o bafômetro confirma de 0,05 mg/l até 0,33 mg/l de álcool por litro de ar expelido de quem assoprou o aparelho.
O condutor flagrado com 0,34 mg/l de álcool por litro de ar expelido comete crime de trânsito, com pena de seis meses a três anos de detenção e multa de R$ 2.934,70, e perde o direito de dirigir por dois anos.
Se um policial militar oferece o teste e o motorista não o aceita, antes de aplicar a multa pela recusa a autoridade de trânsito pode analisar as alterações da capacidade psicomotora do condutor.
De acordo com a resolução 423 do Contran (Conselho Nacional de Trânsito), o agente pode verificar sinais como a aparência e as atitudes do condutor para comprovar a alcoolemia. Se ao menos dois sinais indicarem embriaguez, o motorista pode ser levado para a delegacia e acabar preso por crime de trânsito, mesmo que rejeite assoprar o bafômetro.
Segundo o órgão de trânsito paulista, o bafômetro levava de 30 a 40 segundos para apontar se um motorista havia bebido. Com os equipamentos mais modernos adquiridos no ano passado, o resultado sai em cinco segundos, o que libera mais rápido o condutor sóbrio para que outro seja examinado.