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‘Ele era obcecado pela vítima’, diz delegado sobre suspeito preso no caso Vitória

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Maicol Antonio Sales dos Santos, único suspeito preso no caso da morte de Vitória Regina de Sousa, 17, era obcecado pela adolescente, segundo o diretor do Demacro (Departamento de Polícia Judiciária da Macro São Paulo).

 

Em entrevista coletiva nesta terça-feira (18), o delegado Luiz Carlos do Carmo chamou Maicon de “stalker” e disse que ele vinha perseguindo Vitória desde o ano passado.

Maicol Antonio Sales dos Santos é o único suspeito preso. A Polícia pediu a prisão de três suspeitos, mas a Justiça só autorizou a de Maicol.

No carro de Maicol, um Toyota Corolla, a Polícia Civil encontrou vestígios de sangue no porta-malas. Manchas de sangue também foram achadas na casa de Maicol.

Além disso, perícia realizada pela polícia no celular de Maicol apontou que ele seguia a jovem desde o ano passado.

Outras provas contribuem para a suspeita sobre Maicol. Sua mulher, por exemplo, desmente que ele tenha dormido com ela na noite em que Vitória teria sido raptada. A localização do celular de Maicol também aponta que ele esteve perto de Vitória.

Gritos e movimentações estranhas foram ouvidas na casa do suspeito. Testemunhas teriam sido ameaçadas por ele durante a investigação da polícia, afirmou o delegado Luiz Carlos do Carmo, diretor do Demacro (Departamento de Polícia Judiciária da Macro São Paulo), na última segunda-feira (10).

A investigação também encontrou material genético em uma pá e uma enxada encontradas perto do local onde foi encontrado o corpo da adolescente. Procurada, a defesa do suspeito disse que aguarda ter acesso ao processo na integra para se pronunciar.

As ferramentas pertencem ao padrasto de Maicol, que prestou depoimento. Ele afirmou que a pá e a enxada haviam sumido há cerca de 15 dias, e que, antes do crime, achava que elas tinham sido roubadas por um funcionário.

A adolescente morreu em razão de facadas no tórax, pescoço e rosto, segundo laudo do IML (Instituto Médico Legal) a que a Folha de S.Paulo teve acesso. Não há sinais de abuso sexual. O documento está sob sigilo.

Além de não ter marcas de violência sexual, os exames necroscópicos não identificaram consumo de entorpecentes. Os exames deram positivo para álcool etílico no organismo. No entanto, de acordo com o laudo, “a dosagem alcoólica, pode indicar um processo de fermentação característico da putrefação, no qual ocorre formação de álcool etílico semelhante ao presente em bebidas alcoólicas”.

Em razão da presença do álcool, a polícia investiga se ela pode ter sido dopada antes do crime.

Vitória foi morta em Cajamar, na Grande São Paulo. Ela desapareceu em 26 de fevereiro, após sair do trabalho, em um shopping da cidade.

O corpo foi encontrado no último dia 5. Ela estava sem roupas -apenas com um sutiã na altura do pescoço-, com o cabelo raspado e degolada.

As mãos estavam amarradas e apresentam indícios de que foram envolvidas em algum material plástico, a fim de evitar que material genético dos envolvidos no crime ficasse sob as unhas da jovem.

A investigação suspeita que Vitória foi torturada e ficou em cárcere por dois ou três dias antes de ser levada ao local em que seu corpo foi localizado. A localização do cativeiro é desconhecida.