Gloria Trevi, cantora pop mexicana, acusa ex-produtor de abuso sexual e psicológico
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A cantora pop mexicana Gloria Trevi acusou nesta quinta-feira (28) seu ex-produtor e empresário, Sergio Andrade, de agressão sexual, importunação sexual e abuso psicológico.
Ela processou o antigo companheiro de trabalho depois de ser alvo de uma ação que a acusava de ter explorado garotas menores de idade no início dos anos 1990 em benefício de Andrade. As acusações contra Trevi foram feitas em janeiro deste ano, e a cantora diz que também foi uma vítima do empresário.
Em comunicado publicado pela Variety, Trevi explicou que preferiu ficar em silêncio em relação ao que chama de “abuso horrível”, que teria sofrido por anos, para evitar reviver as “experiências estranhas”. E, “mais importante, para proteger filhos e família”.
“Escolhi entrar com essa ação legal para lutar por justiça e mandar uma mensagem que atos tão terríveis não devem ser tolerados”, ela afirmou. “Ninguém deveria ter que passar pelo que passei, e estou determinada a fazer com que os responsáveis paguem por suas ações.”
A acusação de Trevi diz que a estrela pop mexicana, “sem que o público soubesse”, estava sendo “controlada, mentalmente e fisicamente torturada e efetivamente escravizada por Andrade”. Ainda afirma que ela era “o ativo mais valioso” de Andrade e “a mulher a qual ele era mais determinado a controlar e subjulgar”.
Andrade é tratado no documento como uma pessoa poderosa, cujo irmão era senador, com conexões com o empresariado e a elite política do México. A acusação afirma que ele estava em posição de aliciar garotas com sua influência. Essas jovens acreditavam, diz o texto, que ele poderia as ajudas a alavancar suas carreiras no mundo do entretenimento.
“Mas, assim que essas garotas e mulheres entravam em sua esfera de sonhos de estrelato, ele as subjugava para ter controle total e abusar de maneira sádica –mentalmente, financeiramente, fisicamente e sexualmente”, diz o texto.
De acordo com a Variety, o documento ainda afirma que Trevi e outras mulheres nunca podiam falar livremente com outros homens, além de Andrade, e nem se rebelar contra os abusos. Ela diz que não tinha controle sobre o dinheiro que fazia com seus shows e vendas de discos, que ficavam com o empresário.
Além do controle financeiro, diz a acusação, ela também foi “brutalmente” agredida, “às vezes ao ponto de perder a consciência”, como punição por suas transgressões. A cantora também teria sido abusada sexualmente e estuprada por ele diversas vezes, o que a teria levado a tentar suicídio.
Trevi entrou com a ação contra Andrade em Los Angeles, onde ela afirma que muitos desses crimes foram cometidos. A mexicana está sendo representada por Camille M. Vasquez, advogada que trabalhou com Johnny Depp.
Trevi e Andrade vêm sendo acusados de corromper e abusar de menores de idade desde os anos 1990. Em 1998, a dupla, ao lado da backing vocal María Raquenel Portillo fugiu do México para o Brasil, e os três eram considerados foragidos pela justiça mexicana até 2000, quando foram encontrados no Rio de Janeiro.
Trevi chegou a ficar presa durante quatro anos, mas foi inocentada em 2004 e continuou sua carreira de sucesso na música. Já Andrade foi condenado por seus crimes, mas ainda não respondeu legalmente às alegações contra ele em Los Angeles.