Homem negro morre após ser detido e algemado pela polícia nos EUA: ‘Não consigo respirar’
LISBOA, PORTUGAL (FOLHAPRESS) – Um homem negro morreu após ser detido e algemado pela polícia da cidade de Canton, localizada em Ohio, nos Estados Unidos. A câmera de segurança mostra Frank Tyson, 53, dizer a frase “eu não consigo respirar”, enquanto é imobilizado por um agente. O episódio lembra os assassinatos de Eric Garner e George Floyd, ocorridos em 2014 e 2020, respectivamente, também nos EUA.
O caso aconteceu no último dia 18, mas só foi tornado público na quinta-feira (25), quando foram divulgadas imagens da câmera corporal de um dos policiais envolvidos na ação. De acordo com a rede americana de TV CBS, os agentes foram postos em licença administrativa remunerada.
Os policiais foram chamados ao responderem à chamada de um acidente de carro. Ao ingressarem em um bar de veteranos de guerra, próximo ao local, uma mulher abre a porta e diz “tire-o daqui”, referindo-se a Tyson.
Os agentes, então, algemam Tyson, que diz repetidamente “eles estão tentando me matar” e “chame o xerife”. Quando colocado de bruços, o homem fala várias vezes “eu não consigo respirar”, enquanto é imobilizado por um policial com o joelho no pescoço.
As imagens mostram os agentes pedindo que Tyson fique calmo. Cinco minutos depois que a filmagem registrou o homem dizendo “não consigo respirar”, um policial perguntou a outro se Tyson havia se acalmado. “Ele pode estar inconsciente”, respondeu o outro.
Então, um deles verifica que Tyson está sem pulsação e diz que é necessário chamar uma equipe médica. Menos de uma hora depois, o homem foi declarado morto em um hospital.
Tyson tinha deixado a prisão menos de duas semanas antes de morrer. Ele cumpriu 24 anos de pena por um caso de sequestro e roubo e teria sido incluído em uma lista de violadores de liberdade condicional por não se reportar a um oficial de Justiça.
Em comunicado, as autoridades locais disseram que uma investigação será feita para averiguar se o uso da força utilizada pelos policiais foi justificado.
Um caso semelhante motivou uma onda de protestos nos Estados Unidos. Em 2020, George Floyd, que era negro, morreu depois de ter sido algemado e ter o pescoço prensado contra o chão por nove minutos pelo joelho de um policial branco em Minnesota.
As imagens de Floyd, então com 46 anos, foram registradas por uma pessoa que passava pelo local em um vídeo que viralizou na internet.
O crime desencadeou dezenas de manifestações contra a violência policial e o racismo e levou a um julgamento de grande repercussão, no qual o policial Derek Chauvin foi condenado por assassinato em abril de 2021. Três outros agentes que estavam no local onde Floyd foi morto também foram posteriormente condenados.
O episódio também lembra o que aconteceu em 2014 com Eric Garner, morto após ser preso em Nova York. Com o pescoço envolvido pelos braços de um policial branco, o homem, que era negro, repetiu “eu não consigo respirar” 11 vezes antes de morrer.
No Brasil, um episódio semelhante de grande repercussão foi a morte de João Alberto Silveira Freitas, 40, após ter sido espancado por seguranças de um supermercado em Porto Alegre. Homem negro, ele morreu sob a vista de testemunhas, que filmaram a ação, ocorrida na véspera do Dia da Consciência Negra, em 2020.
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