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Irmãos Menendez devem admitir mentiras se quiserem apoio para liberdade, diz promotor

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O promotor distrital do condado de Los Angeles, Nathan Hochman, disse nesta segunda-feira (10) que Lyle e Erik Menendez têm de reconhecer as mentiras que contaram ao longo de décadas sobre o assassinato de seus pais, há 35 anos, caso eles queiram angariar seu apoio para a liberdade.

 

“Nós traçamos um caminho para que os irmãos Menendez possam sair da prisão. O plano exige que eles finalmente, depois de mais de 30 anos, reconheçam e aceitem a responsabilidade por toda a extensão dos crimes e por todas as mentiras que contaram”, disse Hochman em entrevista coletiva.

Os Menendez foram condenados por assassinato em 1996 e sentenciados à prisão perpétua, sem possibilidade de liberdade condicional, por terem atirado em seus pais, Jose e Kitty, em uma luxuosa mansão na cidade de Beverly Hills, no estado americano da Califórnia. O crime ocorreu em 20 de agosto de 1989 e repercutiu em todo o mundo.

Na época, o Ministério Público os acusou de terem matado a sangue-frio tanto o pai, um imigrante cubano que se tornou um importante executivo da música, quanto a mãe, Mary Louise “Kitty”, para ficar com uma herança de US$ 14 milhões.

Mas a defesa apresentou os irmãos, que tinham 21 e 18 anos quando o crime ocorreu, como vítimas de abuso sexual e psicológico nas mãos de um pai extremamente controlador e de uma mãe negligente. Atualmente eles têm 57 e 54 anos e estão detidos em San Diego, também na Califórnia.

O caso voltou a ganhar notoriedade nos últimos meses em parte graças à minissérie “Monstros: A História de Lyle e Erik Menendez” e a um documentário sobre o caso, ambos da Netflix.

O advogado Mark Geragos, que atua pela liberdade dos irmãos, rebateu a declaração do promotor Hochman nesta segunda. “Eles foram interrogados durante semanas e já confessaram todas as mentiras”, disse ele ao site americano TMZ.

Ainda segundo Geragos, os promotores deveriam se concentrar nos esforços de reabilitação dos irmãos, não em estender as etapas do julgamento.

Os irmãos inicialmente negaram envolvimento no caso e tentaram fazer com que o tiroteio parecesse uma ação do crime organizado, mas depois admitiram ter matado seus pais sob a justificativa de legítima defesa. Um júri os condenou por homicídio em primeiro grau.

Alguns membros da família Menéndez apoiam a libertação dos irmãos, incluindo as irmãs de Jose e Kitty. Já o promotor Hochman disse que está se preparado para as audiências em que o pedido de libertação será examinado e que estão marcadas para 20 e 21 de março.

Hochman, nesta segunda, detalhou sua oposição à clemência, dizendo que os irmãos não demonstraram total percepção de seu crime e só reconheceram 4 das 20 mentiras que contaram em uma suposta tentativa de encobrir suas ações no crime.

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