Lula participa de última reunião do Brics; encontro deve detalhar ampliação do bloco
Líderes do bloco acordaram diretrizes para expandir número de membros. 40 países já manifestaram interesse em aderir ao grupo: Irã, Arábia Saudita, Egito, Argentina e Emirados Árabes são favoritos. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva em discurso na 15ª cúpula do Brics, em Joanesburgo
Ricardo Stuckert/Presidência da República
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participa nesta quinta-feira (24) do último dia da cúpula de líderes do Brics, em Joanesburgo, África do Sul. O encontro chega ao fim com a expectativa de anúncio dos planos de ampliação do bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.
A expansão do número de membros do Brics é uma das defesas de Lula. Já jmanifestaram interesse em se juntar formalmente ao grupo 40 países da África, da América do Sul, do Caribe e da Ásia .
A ministra das Relações Exteriores da África do Sul, Naledi Pandorm, declarou na quarta (23) que os líderes já chegaram a um acordo para adotar diretrizes de ampliação do Brics. Os detalhes devem ser conhecidos no último dia da cúpula.
Ainda na quarta, os cinco chefes de governo e Estado do grupo se posicionaram a favor da expansão. Irã, Arábia Saudita, Egito, Argentina e Emirados Árabes têm ganhado cada vez mais força entre os candidatos.
Lula já declarou publicamente ser favorável à entrada de “vários países” e demonstrou, assim como membros do governo brasileiro, desejo de contar com a Argentina no bloco.
“É muito importante a Argentina estar nos Brics. O Brasil não pode fazer política de desenvolvimento industrial sem lembrar que a Argentina tem que crescer junto”, disse em transmissão ao vivo, na terça (22).
Sediada em Joanesburgo, a 15ª cúpula do Brics tem a participação dos presidentes Lula (Brasil), Cyril Ramaphosa (África do Sul) e Xi Jinping (China), e do primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi. O presidente da Rússia, Vladimir Putin, participa de forma remota.
Cúpula do Brics: Líderes definem diretrizes e princípios para expansão do globo
Em seu último dia, o encontro terá reuniões ampliadas, com a presença de representantes de cerca de 40 países convidados. Nações que manifestaram interesse em se juntar ao bloco estão na lista de convidadas.
A cúpula deverá ser encerrada no início da tarde (no horário de Brasília) desta quinta, com discurso dos líderes do Brasil, da Rússia, da Índia, da China e da África do Sul.
A agenda de compromissos de Lula também prevê participação em:
almoço oferecido pelo presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa
reunião com a primeira-ministra de Bangladesh, Sheikh Hasina
reunião com o presidente do Irã, Seyyed Ebrahim Raisi
Parada em Angola
Em imagem de janeiro, Lula cumprimenta o presidente de Angola, João Lourenço, durante cerimônia de posse, em Brasília
AP Photo/Eraldo Peres
Após a cúpula do Brics, Lula seguirá em viagem por outros países do continente africano. Estão previstas visitas a Angola e São Tomé e Príncipe.
É a segunda viagem do petista à África desde que tomou posse, em janeiro deste ano. Antes, ele fez uma passagem rápida por Cabo Verde, arquipélago africano no Atlântico.
A primeira parada será em Luanda, capital de Angola, ainda nesta quinta. Lula será recebido pelo presidente angolano, João Lourenço. Os dois terão uma reunião privada e outra ampliada no primeiro dia da visita.
O Itamaraty prevê que Lula deve permanecer em Angola até este sábado (26), com reuniões com lideranças políticas.
“É uma relação que se desdobra em vários setores. Além de se reunir com o presidente João Lourenço, o presidente Lula irá se dirigir à Assembleia Nacional de Angola, e também participar de um seminário, onde irá falar de um projeto no vale do Cunene, e de um evento empresarial que deverá ter a presença de cerca de 60 empresários brasileiros”, disse o embaixador Carlos Duarte, secretário de África e Oriente Médio do Itamaraty.
Reunião dos países de língua portuguesa
No domingo (27), último dia da viagem, Lula vai a São Tomé, capital de São Tomé e Príncipe. O presidente participará da 14ª Conferência de Chefes de Estado da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).
A entidade tem como membros Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.
“É um foro importante para os países de língua portuguesa estabelecerem apoio mútuo para outros organismos internacionais. A presidência da CPLP será passada de Angola para São Tomé e Príncipe nessa cúpula, depois de uma atuação forte em termos de cooperação econômica nos últimos anos”, afirmou Carlos Duarte.
A agenda prevê ainda encontros com lideranças políticas do país.