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Ministro de Israel diz que reféns em Gaza não são prioridade

O ministro das Finanças de Israel, Bezalel Smotrich, declarou nesta segunda-feira (21) que recuperar os 59 reféns ainda mantidos em Gaza “não é o mais importante” no atual cenário do conflito, reforçando que a prioridade de Israel deve ser a eliminação do grupo Hamas, que controla o enclave palestino.

 

A afirmação, feita durante entrevista à rádio Galey Israel, gerou forte reação das famílias dos reféns. Em comunicado divulgado pelo Fórum das Famílias dos Reféns e Desaparecidos — grupo que representa a maioria dos familiares — as declarações de Smotrich foram classificadas como “vergonhosas”. “Pelo menos o ministro está revelando a dura realidade ao público. Este governo decidiu conscientemente abandonar os reféns”, diz a nota, publicada no jornal israelense Haaretz.

Smotrich, membro da ala mais radical do governo de direita liderado por Benjamin Netanyahu, afirmou que, embora a libertação dos reféns seja um objetivo importante, impedir que o Hamas continue operando a partir de Gaza é crucial para evitar ataques semelhantes ao de 7 de outubro de 2023, quando milicianos invadiram o território israelense e sequestraram dezenas de pessoas.

Atualmente, 59 reféns seguem em poder do Hamas e da Jihad Islâmica na Faixa de Gaza. Segundo o governo israelense, 24 deles ainda estariam vivos. O grupo também mantém o corpo de um soldado israelense morto anteriormente.

Nos últimos dias, Israel e Hamas vêm negociando, com a mediação de países como Egito, Catar e Estados Unidos, uma possível extensão do cessar-fogo por 45 dias. O governo israelense interrompeu a trégua no dia 18 de março, após impasses em torno da segunda fase do acordo, que incluiria novas trocas de reféns por prisioneiros palestinos. O Hamas, por sua vez, insiste na retirada total das tropas israelenses de Gaza como condição para avançar nas negociações.
 

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