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‘Não percebe o nível de perversão’, diz Mariana Goldfarb sobre relação abusiva

SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – Mariana Goldfarb, 34, detalhou como foi vivenciar um relacionamento tóxico, a dificuldade para enxergar e conseguir se livrar dessa relação.

 

Goldfarb explicou que demorou a acreditar que sua relação era abusiva porque “você não consegue enxergar o nível de perversão, porque não é para amadores”. A modelo e nutricionista destacou que diversas pessoas tentaram alertá-la, mas era “inútil”. As declarações foram em entrevista ao podcast Obvious.

“Eu gostava de conversar e isso me salvou muito. Eu sempre fui tentando falar, com as pessoas próximas eu sempre falava, e essa era uma questão [porque ele dizia] ‘você abre a vida, escuta os outros’… E aí todo mundo é invejoso, ninguém quer o meu bem, todo mundo é recalcado, meu inimigo… Perdi grandes amizades. É uma das formas de manter a pessoa sob controle naquele lugar. O isolamento é uma das táticas. Você não consegue enxergar o nível de perversão, não é para amadores”, disse ela.

Modelo contou que “vivia pedindo desculpas” para seu ex-parceiro e que tentava a todo custo reconquistá-lo. “Você vive pedindo desculpas. Desculpas por respirar, por existir, eu nem sabia porque estava pedindo desculpas. Era tão infernal a tortura psicológica, o tratamento de silêncio eterno, toda aquela confusão mental, as noites sem dormir, o cabelo caindo, o olho tremendo… Você não pensa mais em nada, seu dia é 100% tomado em pensar como fazer aquela pessoa te amar de novo”.

Ela afirmou que escrever sobre a relação abusiva a ajudou a sair daquela situação, além de buscar ajuda profissional. “O que me salvou foi escrever. [A escrita] sempre foi um mecanismo meu de expurgar aquilo, então tenho muita coisa escrita dessa época. Me ajudou a tirar um pouco e entender o que estava acontecendo, junto com a análise”.

Mariana Goldfarb ressaltou que existem relações saudáveis, mas é preciso fiar atenta para “não repetir padrões”. “A coisa que a gente mais vê são pessoas trocando os personagens, mas a dinâmica da relação continua a mesma. É um lugar que mesmo desconfortável lhe parece confortável porque você já sabe como funciona. O novo, o saudável, ele assusta, é ameaçador, porque é uma quebra. Estou aprendendo a transitar, mas a duras penas. É muito difícil”.