O que fazer em casos de disfunção erétil e ejaculação precoce
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Cerca de 50% dos homens brasileiros acima dos 40 anos sofrem de disfunção erétil, e cerca de 30% experimentam ejaculação precoce em algum momento da vida, segundo a SBU (Sociedade Brasileira de Urologia).
Para o homem, pode ser frustrante e vergonhoso. Para a parceira ou parceiro, uma situação delicada de lidar. Nesses casos, a melhor resposta não é o drama. O ideal é o entendimento de ambas as partes de que isso pode acontecer e, principalmente, não interromper o momento íntimo.
O que fazer e o que não dizer em caso de disfunção erétil
No caso do homem
Aceite que falhas acontecem A primeira coisa a se fazer ao enfrentar a disfunção erétil ou a ejaculação precoce é entender que essas situações são normais e podem acontecer com qualquer homem. É importante manter a calma e lembrar que a experiência sexual vai muito além da penetração.
Converse com sua parceira Uma comunicação aberta e honesta é crucial. Explique que o que está acontecendo não é uma falha pessoal, mas um problema comum e tratável. Mostrar vulnerabilidade pode ajudar a aliviar a tensão e aproximar o casal.
Explore outras formas de prazer Sexo não se resume à penetração. Quando uma falha ocorre, isso não significa que o momento íntimo precisa acabar. Explore carícias, beijos e outras formas de prazer que podem manter o ambiente erótico e agradar ambos os parceiros.
Busque ajuda médica Se o problema for recorrente, é importante procurar um especialista, como um urologista ou um sexólogo, para uma avaliação adequada e orientações sobre tratamento. Há muitas opções eficazes disponíveis, tanto para disfunção erétil quanto para ejaculação precoce.
Evite justificativas exageradas Frases como “Você é tão atraente que eu não consegui me controlar” podem soar artificiais e aumentar a pressão emocional. A sexóloga Cláudia Perry alerta que justificativas tendem a intensificar a sensação de falha.
Não se critique Evite dizer coisas como “Eu nunca consigo fazer direito” ou “Eu sou péssimo nisso”. A autocrítica negativa só aumenta a ansiedade e agrava o problema.
Não dramatize a situação É importante não transformar uma falha momentânea em um grande problema. Isso só aumenta a pressão nas próximas vezes.”Sexo vai muito além da penetração. Quando uma falha ocorre, isso não significa que o momento íntimo precisa acabar”, afirma Claudia Petry, sexóloga especialista em sexualidade feminina pela USP (Universidade de São Paulo) e membro da SBRASH (Sociedade Brasileira de Estudos em Sexualidade Humana).
“Explore carícias, beijos e outras formas de prazer que podem manter o ambiente erótico e agradar ambos os parceiros”, recomenda.
Fatores emocionais, como ansiedade de desempenho, insegurança e falta de intimidade com o parceiro podem levar à ejaculação precoce, que se caracteriza por uma ejaculação que ocorre antes ou até um minuto após a penetração, sem que o homem consiga controlá-la.
Além disso, muitos homens aprendem a ejacular rapidamente devido à falta de tempo a sós ou privacidade durante a masturbação, ainda na adolescência, o que pode afetar o controle durante as relações. Petry afirma que o consumo de pornografia também pode condicionar o corpo a respostas rápidas e afetar negativamente o desempenho sexual.
No caso da disfunção erétil, fatores psicológicos podem influenciar, especialmente entre os mais jovens, mas as causas também podem ser físicas.
O que fazer e o que não dizer em caso de disfunção erétil
No caso da (o) parceira (o)Mantenha a calma e seja compreensiva Quando uma situação de disfunção erétil ou ejaculação precoce ocorre, o parceiro já está, provavelmente, se sentindo ansioso ou frustrado. Ao demonstrar calma e compreensão, você ajuda a reduzir a pressão sobre ele.
Ofereça apoio emocional A disfunção erétil e a ejaculação precoce podem ser difíceis para a autoestima. Ofereça apoio ao seu parceiro, reforçando que vocês podem enfrentar o problema juntos e que isso não afeta o relacionamento de maneira significativa.
Continue com a intimidade Ao invés de interromper o momento íntimo, explore outras formas de prazer, como beijos, toques e brincadeiras sensuais. Isso mantém o ambiente erótico e ajuda a aliviar a pressão sobre o pênis como o centro do prazer sexual.
Evite comentários que aumentem a pressão Frases como “Isso sempre acontece com você?” ou “Por que você não consegue?” podem gerar ainda mais ansiedade e prejudicar a confiança do parceiro.
Não saia abruptamente ou se afaste Levantar-se da cama ou interromper o momento de forma brusca pode fazer o parceiro se sentir rejeitado. Permanecer próximo e envolvido demonstra apoio e carinho.
Não transforme o problema em algo pessoal Evite tomar a situação como um problema pessoal ou como uma falha do relacionamento. Isso só aumenta a pressão e a frustração para ambos.”Diabetes, hipertensão, colesterol alto, obesidade e sedentarismo são algumas das causas mais comuns da disfunção erétil em homens mais velhos”, afirma o urologista Luiz Otávio Torres, presidente da SBU, que lembra que tais condições podem afetar a circulação sanguínea e, consequentemente, a capacidade do pênis de se manter ereto durante o sexo.
O estresse, a ansiedade de desempenho e o medo de falhar durante o sexo podem desencadear a liberação de adrenalina, que contrai as artérias e impede que o sangue flua para o pênis, resultando em perda de ereção.
O tratamento da disfunção erétil varia de acordo com a causa. Para casos de origem fisiológica, controlar fatores de risco, como o diabetes e a hipertensão, é essencial.
Medicamentos como o sildenafil (Viagra) são comumente prescritos. Já para os casos de disfunção erétil e ejaculação precoce de origem psicológica, a terapia sexual pode ser uma ferramenta poderosa.
Essa abordagem busca reduzir a ansiedade relacionada ao desempenho sexual, melhorar a comunicação entre os parceiros e explorar maneiras de aliviar a pressão sobre o homem durante o sexo.