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Pacheco se reúne com Lula, descarta assumir ministério e fica no Senado

(FOLHAPRESS) – O senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), cotado para assumir um ministério na gestão Lula (PT), se reuniu com o presidente em Brasília e descartou sua ida para o governo. Na conversa com o petista, o ex-presidente do Senado afirmou que pretende exercer seu mandato na Casa pelos próximos dois anos.

 

Lula recebeu Pacheco para um almoço no Palácio da Alvorada no sábado (15). Os dois estavam acompanhados pelo atual presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), que é aliado do parlamentar mineiro.

No encontro, Lula não chegou a oferecer diretamente a Pacheco um ministério, mas perguntou ao senador quais eram seus planos para os próximos anos, segundo relatos colhidos pela Folha de S.Paulo.

O parlamentar teria afirmado que gostaria de ficar no Senado como um apoiador do governo do petista, além de apresentar e relatar projetos que considera importantes. Pacheco trabalha, por exemplo, para aprovar uma proposta de sua autoria que atualiza do Código Civil.

De acordo com os mesmos relatos, Lula concordou com a decisão do senador mineiro.

Esta foi a primeira conversa que Lula e Pacheco tiveram sobre o tema desde que o mineiro deixou a presidência do Senado. O senador passou uma temporada nos EUA e retornou às atividades em Brasília na semana passada.

Lula gostaria de ter Pacheco em seu ministério por considerar que o parlamentar foi um aliado importante nos dois primeiros anos de governo e por acreditar que sua nomeação reforçaria as posições do governo no Senado e em Minas Gerais, estado estratégico para eleições presidenciais.

Lula vinha discutindo a possível ida de Pacheco para o governo com aliados e auxiliares desde abril do ano passado, como mostrou a Folha de S.Paulo na ocasião. As conversas se intensificaram nos últimos meses, com as negociações para uma reforma ministerial.

Além da intenção de Pacheco de exercer o mandato de senador após quatro anos como presidente da Casa (2021-2025), as incertezas sobre as mudanças que Lula pretende fazer em sua equipe também dificultaram a ida do político mineiro para o governo.

Aliados de Pacheco apontavam que ele poderia ocupar pastas como o Ministério da Justiça ou o Ministério do Desenvolvimento. Os cargos são ocupados, respectivamente, por Ricardo Lewandowski (sem partido) e pelo vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), o que exigiria de Lula a decisão de fazer uma dança das cadeiras que poderia ser politicamente traumática.

Na conversa no Alvorada, Lula reforçou o desejo de que Pacheco seja candidato ao Governo de Minas Gerais em 2026, com o apoio da gestão petista. O objetivo do presidente é fortalecer o nome do senador para representar a aliança governista nas urnas, oferecendo um palanque para a eventual candidatura à reeleição de Lula à Presidência.

Pacheco resiste a essa empreitada. Segundo aliados, o senador mineiro já teria decidido que não concorrerá à reeleição, mas ainda não sabe se vai disputar algum outro cargo em 2026.

No encontro com Lula, Pacheco afirmou que vai pensar sobre a possibilidade de concorrer ao Governo de Minas. Por enquanto, ele se comprometeu a trabalhar pela construção de alianças no estado para fortalecer o nome do petista.

A reforma ministerial estudada por Lula permanece travada. O presidente já trocou nomes na Secretaria de Comunicação (saiu Paulo Pimenta, entrou Sidônio Palmeira), no Ministério da Saúde (saiu Nísia Trindade, entrou Alexandre Padilha) e na Secretaria de Relações Institucionais (saiu Padilha, entrou Gleisi Hoffmann).

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