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RFK Jr. promete que pesquisa determinará causa do autismo até setembro

O Secretário de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos, Robert F. Kennedy Jr., anunciou nesta quinta-feira (10) uma iniciativa de pesquisa e testes em larga escala da HHS, Department of Health and Human Services, o Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos, para determinar as causas do autismo, com conclusão prevista para setembro.

 

A declaração foi feita durante uma reunião do gabinete do presidente Donald Trump e transmitida ao vivo.

Robert F. Kennedy Jr, que é sobrinho do ex-presidente John F. Kennedy é um conhecido crítico de vacinas e defende uma teoria desacreditada de que vacinas na infância causam autismo.
 
 Kennedy afirmou que o esforço contará com centenas de cientistas de diferentes países e será liderado por David Geier, conhecido por alegações controversas de ligação entre vacinas e autismo.

Décadas de estudos científicos refutam essa relação, e organizações como a Autism Speaks destacam que vacinas são essenciais para prevenir doenças graves. “Autismo costuma ser diagnosticado na mesma época em que crianças recebem vacinas, o que levou a preocupações infundadas sobre uma conexão”, diz a Autism Speaks em seu site.

“Lançamos um enorme esforço de testes e pesquisas que envolverá centenas de cientistas do mundo todo”, disse Kennedy a Trump durante a reunião do Gabinete. “Até setembro, saberemos o que causou a epidemia de autismo e seremos capazes de eliminar essas exposições.”

De acordo com a Fox News, a taxa de diagnósticos de Transtorno do Espectro Autista (TEA) nos Estados Unidos tem aumentado nas últimas décadas. Atualmente, estima-se que 1 em 36 crianças no país tenham o transtorno, um número maior em relação a 2018, quando era 1 em 44, segundo o CDC. Esse aumento é atribuído, em parte, a maior conscientização, mudanças nos critérios de diagnóstico e melhores serviços de triagem.

Especialistas concordam que o TEA resulta de uma combinação de fatores genéticos e ambientais, como exposição a poluentes ou complicações na gravidez. Entretanto, nenhum fator isolado foi identificado como causa. Além disso, organizações como o Instituto Nacional de Saúde (NIH) já investem mais de US$ 300 milhões por ano em pesquisas sobre o tema.

Kennedy não detalhou como sua pesquisa se diferenciará das iniciativas em andamento ou quais cientistas estarão envolvidos. Representantes de importantes organizações de autismo, como a Autism Society of America, afirmaram não terem sido incluídos nas discussões. A comunidade científica continua a reiterar a inexistência de ligação entre vacinas e autismo. 

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