Vou flertando com o entretenimento, mas largar o jornalismo é um passo grande, diz Mariana Gross
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O jornalista Mariana Gross, 44, tem sangue carnavalesco correndo nas veias. Desde que tinha 8 anos, essa festa mexe com ela. Na adolescência, costumava desfilar e organizar alas. De lá para cá, são 25 anos de amizades construídas e cobertura da folia. A única coisa que ela não revela é sua agremiação favorita: “Mesmo sem eu dizer, tem pessoas que falam que torço para a Mangueira, para a Beija-Flor… Pode escrever aí que gosto de todas (risos).”
No próximo sábado (3), Mariana em Milton Cunha comandam para o Rio de Janeiro o programa Apoteose do Samba, um especial da Globo que celebra os 40 anos da Sapucaí. “Já fiz de tudo: reportagens gravadas, arquibancada popular, concentração, dispersão, pista. Conheço a Sapucaí como a palma da minha mão”, exalta a jornalista. A atração depois vai para o Globoplay.
Na cobertura do Carnaval, Mariana consegue se soltar e mostrar seu lado foliona. Mas será que essa já seria uma demonstração de que o futuro da jornalista é no entretenimento? “Toda semana perguntam quando eu vou para o entretenimento e vou flertando com ele, mas largar o jornalismo é um passo grande”, avalia. Confira abaixo trechos da entrevista.
PERGUNTA – O que veremos no Apoteose do Samba no próximo dia 3?
MARIANA GROSS – Quando vieram com a ideia do programa, logo topei. O Sambódromo abriga a maior festa popular do planeta há 40 anos, merece uma festa. Tivemos a ideia de um programa com números grandiosos. Levamos representantes das 12 agremiações do Grupo Especial. Terá palco, cenografia, helicóptero, filmagem com drone, uma megaprodução. Montamos uma bateria só com membros de todas as escolas. O resultado ficou inesquecível.
P – Fale um pouco sobre sua relação com o Carnaval.
MG – Esse ano completo 25 anos de cobertura, comecei ainda como estagiaria na CBN. Depois, virei repórter. Só pela Globo são 22 anos. Já fiz de tudo: reportagens gravadas, arquibancada popular, concentração, dispersão, pista. Conheço a Sapucaí como a palma da minha mão.
P – Ficou triste por não estar in loco em 2024?
MG – A Globo sempre aproveita para revelar novos talentos, e acho essa renovação boa. O Carnaval acolhe a todos de todas as formas. Fico feliz por fazer parte de alguma forma. No RJTV, farei a ancoragem na Cidade do Samba para mostrar os bastidores e apresentarei a apuração. Neste ano, a Globo tem parceria maior com a publicidade, e o jornalismo meio que teve que sair, pois não tem como participar. Vou só me divertir.
P – Como essa festa mexe com você?
MG – A primeira vez que tive contato eu tinha 8 anos, por intermédio de uma madrinha ligada à folia. Já adolescente, eu comecei a desfilar, organizava alas… Carnaval mexe comigo na medida em que descubro quem faz a festa acontecer, as pessoas por trás da folia: os artesãos, os instrumentistas, ritmistas, serralheiros, passistas. São as comunidades mostrando seu talento.
P – Tem muitos amigos nesse meio?
MG – Com certeza. O Milton Cunha é um grande amigo, o Pretinho da Serrinha também. O carnavalesco Paulo Barros é outro. A ele, sempre entrego antes do desfile algo que tenha um olho grego, seja pulseira ou colar, e agora ele sempre me cobra. O Neguinho da Beija-Flor me chama de madrinha, porque no casamento dele na Sapucaí fui eu quem o ajudou com a roupa. Ele se recuperava de um câncer. O levei ao altar.
P – Agora fiquei curioso: qual a sua escola de coração?
MG – Olha, no futebol, eu sou flamenguista assumida, pois não faço cobertura de esportes. Escola de samba eu tenho uma preferida desde criança, mas prefiro não revelar porque eu apresento a apuração. Mesmo sem eu dizer, tem pessoas que falam que torço para a Mangueira, para a Beija-Flor, que vibrei mais com uma nota 10 de determinada escola… Pode escrever aí que eu gosto de todas (risos).
P – No jornalismo, costuma fazer planos?
MG – Nenhum. Claro que a gente tem sonhos, mas nunca fui de fazer planos. Na faculdade diziam que eu nunca faria TV e eu queria fazer mídia impressa. Então fiz estágio e entrei na CBN. De lá, passei num teste para TV. Não sabia que viraria apresentadora e virei. Deixo a vida me levar, como diria o Zeca [Pagodinho].
P – Está feliz comandando há 10 anos o RJTV?
MG – Adoro o que faço, tenho identificação grande com o Rio de Janeiro e não sei o que preparam para mim no futuro na TV. Tenho ambições, mas não planejamentos.
P – Migraria para o entretenimento?
MG – Tenho um lado extrovertido. Toda semana perguntam quando vou para o entretenimento e vou flertando com ele, mas largar o jornalismo é um passo grande, não sei. Se surgisse um projeto incrível, quem sabe? Por enquanto estou feliz e os caminhos que surgem são bem-vindos.
P – Tem muitos haters nas redes sociais?
MG – Pouquíssimos. Claro que na internet eu tenho o bom senso de manter a neutralidade, de não me posicionar. Sempre usei a rede social em prol da proximidade e de desmistificar um pouco a glamurização de quem trabalha na TV. Perguntam: ‘Será que ela faz tarefa de casa? Será que tem babás?’. E eu falo do meu marido, do meu filho. As pessoas têm curiosidade grande sobre quem é famoso, mas não me sinto invadida. Deveria até postar mais.